sexta-feira, agosto 11, 2006

CHAMANDO-LHE NOMES

Caros Verdes

Como tinha ja referido no comentário que fiz ao anterior post sobre as Conferências no Algarve, parece que o interesse pela "coisa", é cada vez maior. Chamo-lhe "coisa" porque para ser sincero ainda não sei ao certo como lhe hei-de chamar, embora tenha as minhas preferências. Neste post quero apenas que se gere um pouco de discussão à volta desta questão, de modo a que possamos chegar a um consenso relativamente ao nome da "coisa". Até porque por esse mundo fora chamam inúmeros nomes à mesma "coisa". Vendo bem as coisas, temos em Italia, traduzindo para português, a Engenharia Naturalística, em Espanha a Engenharia Biológica ou da Paisagem, na Áustria temos "Ingenieurbiologie"ou Engenharia Biológica, em França chamam-lhe qualquer coisa como Genie Ecologique ou Engenharia Ecológica, no Reino Unido e nos Estados Unidos chamam Soil Bioengineering a uma coisa e Biotechnical Stabilization a outra coisa e por fim, pelo que menos que eu conheça, no Brasil chamam-lhe Bioengenharia de Solos. Pois bem, se alguns dos nomes atribuídos nos diferentes países até são iguais, uma coisa é certa, é muito nome para a mesma coisa. Nós por cá (pelo menos os Biofísicos) vamos-lhe chamando, (pelo menos às técnicas), Técnicas de Engenharia Biofísica, porque foi assim que as conhecemos. Não é um nome que eu ache apropriado, apenas porque a Engenharia Biofísica possui, ou foi adquirindo, um âmbito bastante mais alargado, não se resumindo apenas e só à restauração ecológica de ambientes degradados. Nesse sentido concordo com a escolha de outro termo para a "coisa". Outros termos têm surgido, nomeadamente nas discussões que foram acontecendo na mailing list de Engenharia Biofísica. Nomes como Engenharia dos Sistemas Ecológicos, Engenharia da Paisagem, Engenharia Ecológica, etc, etc,etc. .

Sei que nas conferências ficou praticamente assente que o nome da Associação seria Associação Portuguesa de Engenharia Natural. É um nome que me parece adequado, e que vem na linha do nome Italiano, no entanto na minha opinião o mais adequado seria Bioengenharia de Solos, por achar que numa primeira abordagem se torna um nome mais explicito (penso eu). Se pensarmos em relação à sigla da Associação viría em vez de APEN, APBS?ou por exemplo APBIOS. Sem dúvida que neste caso APEN soa bastante melhor.

Como referi no início deste já quase testamento, o objectivo é apenas fazer com que as pessoas interessadas na "coisa", reflictam um pouco acerca do seu nome e dêm a sua opinião, não querendo de modo nenhum criar conflitos, nem entraves àquilo que neste momento é o mais importante, que é a criação da Associação, pois nem sempre são os nomes que fazem as "coisas".


Aguardo as vossas críticas, opiniões e comentários e envio-vos as habituais

SAUDAÇÕES VERDES

Pedro Martinho

2 comentários:

José Sousa (Administrator) disse...

Caro Pedro,

Esta discussão entre nós já foi muito discutida. Deixa-me dizer desde já, que concordo e percebo as vossas questões. No entanto, quando vejo a luta que os engenheiros biofísicos já fizeram para divulgar e promover o curso, parece-me que a que a vossa preocupação actual é um bocado descabida. Ou seja, se finalmente já começa a existir um espaço de afirmação de Engenheiros Biofísicos e um melhor conhecimento do que é, a nível público, será que faz sentido mudar???

Por outro lado, é fácil perceber os diferentes nomes existentes para "hipoteticamente" os mesmos cursos em diferentes países. Cada qual faz a publicidade aos cursos, ou numa verdade mais "crua", vende a mercadoria, com o que acha que trará melhores resultados. Se acho que mudando o nome do curso, o espaço de afirmação será maior? Penso que num curto prazo (que é o mais necessário neste momento), não será de certeza e penso inclusivé, que as trará mais confusão para quem já começava a conhecer o curso.

Por outro lado, não se deve esquecer que a Engenharia Biofísica não é só engenharia natural ou mesmo técnicas de EB, como grande parte dos alunos, forçosamente e teimosamente digo eu, querem fazer crer. O curso abrange muito mais áreas que isso.
E quanto a mim é uma vantagem. Se me falarem de uma associação cujo nome seja exclusivamente mais virado para a vertente de "plantas" isso compreendo, mas agora quererem tornar o curso isso, estou em desacordo, e se virem bem, de plantas temos 3, 4 cadeiras.

Se o meu curso se chamasse Engenharia Naturalista como o colega Martinho gosta imenso, não sei como encaixaria o Ordenamento do Território, os SIG, a Investigação Operacional, Detecção Remota, e afins. Quanto muito o curso de 60 cadeiras, ficava reduzido a 30.

Fica a ideia.

José Sousa

Pedro Martinho disse...

Caro Zé

No post nunca me referi ao nome do nosso curso, mas sim ao nome que se vai atribuir a um dos ramos do curso de Engenharia Biofísica. Concordo contigo quando dizes que a Engenharia Biofísica é mais do que os Projectos Construtivos com TEB e comentei exactamente isso no post ao dizer que seria mais apropriado atribuir a esse ramo, outro nome com um significado menos abrangente. Se a Associação albergasse todas as áreas do nosso curso teria certamente outro nome, mas como tal não vai acontecer chamar-se-á Associação Portuguesa de Engenharia Natural, que, como ja disse anteriormente me parece adequado embora não seja a minha primeira escolha. Sou da opinião que a Associação ate poderia albergar todas as outras áreas do nosso curso e acho que não seria por isso que seria mais dificil a sua criação, no entanto, também não vi praticamente ninguém das outras áreas mexer-se para que tal acontecesse. Houve sem dúvida algumas pessoas que manifestaram as suas opiniões, mas pessoas a mexerem-se para criar a dita Associação, até agora, têm sido especialmente as pessoas ligadas ás TEB. Se o interesse dessas pessoas fosse real e não apenas sugestivo, certamente que se teria chegado a um consenso. Numa certa altura na discussão na lista de EB, criou-se a ideia de que as pessoas ligadas ao Projecto queriam forçosamente que a Associação fosse exclusivamente de TEB e a partir desse momento, deixou de haver discussão acerca da Associação. O que é certo é que depois de todo esse espalhar de brasas, quem se continuo a mexer no sentido de criar a Associação foram as mesmas pessoas e parece que neste momento já se vê alguma luz ao fundo do túnel. Em todo este processo o blog teve um papel preponderante pois foi através dele que se criaram ligações com pessoas realmente interessadas nesta área e que têm demonstrado vontade em arrancar com a Associação.

Por isso meu amigo Zé ninguém quis resumir o curso às TEB, e é bom que essa ideia se dissipe da cabeça das pessoas, pois discutir sobre assuntos sem conteúdo é como nadar fora de água, não se chega a lado nenhum.

SAUDAÇÕES VERDES

Pedro Martinho